Perda de espessura e furos são somente o resultado final de um processo de corrosão. Mas será que você precisa identificar o mecanismo de corrosão para ter melhor controle sobre o tratamento de água dos seus sistemas?
Será que existe diferenças significativas no modo e porque um processo de corrosão está ocorrendo?
Antes de pensar no mecanismo de corrosão em si, responda para si mesmo: O que seria pior para o seu sistema, ter uma grande perda de massa distribuída ao longo de uma grande área ou perder uma massa menor concentrada numa pequena área?
Será que é importante saber se está ocorrendo a perda seletiva de um elemento liga do aço utilizado? Está associado a problemas relacionado ao fluxo?
Ou será que a corrosão está sendo provocada simplesmente por uma diferença de metalurgia?
São muitas perguntas, ainda poderia fazer muitas outras mais, referente ao meio que o material está inserido, os tipos de contaminantes, falhas em revestimentos, o meio era aerado, a salinidade do meio era alta ou muito baixa, a microbiologia do meio pode ter interferido? Ou talvez uma falha do material, …
Corrosão é um assunto vasto e o processo é influenciado muito muitos fatores e cabe a nós especialistas em tratamento de água entender o contexto, interpretar as análises para gerar uma explicação técnica consistente para entender e resolver o problema.
Mas de uma maneira bem simples é possível com alguma experiência classificar muitos mecanismos de corrosão, para outros somente com a ajuda de laboratório, como é o caso da corrosão Intergranular e intragranular.
Mas de maneira direta irei exemplificar os mecanismos de corrosão mais comuns que encontramos no tratamento de água.
1 - Corrosão Uniforme
É comum encontrar este tipo de corrosão em metalurgias de aço carbono, onde existe uma área anódica muito grande quando comparada à área catódica (assista a esta aula no youtube sobre corrosão, lá falo sobre o conceito de corrosão, clica aqui ).
Este mecanismo caracteriza-se por uma grande perda de massa muito grande, no entanto, em uma grande área, quando comparada a corrosão localizada o tempo para que ocorra um furo seria significativamente maior.
2 - Corrosão Puntiforme
Este mecanismo de corrosão se caracteriza por perdas de massa concentrada em pequenas áreas anódicas, neste caso, o catódo (área protegida na célula de corrosão) possui uma área maior e a perda de elétrons no anodo fica bastante concentrada á pequenas áreas, o que por consequência pode levar a furos muito rapidamente.
3 - Corrosão por Placas
É um tipo de corrosão localizada onde, após a área limpa pode-se observar o formato de placas. É comum encontra este mecanismo de corrosão em materiais que formam película de passivação. Após um período onde a corrosão se iniciou, o próprio produto de corrosão começa a ganhar mais volume, mas quando o material é retirado observa-se claramente as placas no material metálico.
Facilmente confundida com o item anterior, este mecanismo se diferencia pela maior profundidade que o anterior e pelo fato do produto de corrosão não se desprender da área corroída.
Uma área com maior concentração de oxigênio torna-se catódica em relação a área de menor concentração de oxigênio e isto gera uma diferença de potencial e uma célula de corrosão pode se estabelecer, sendo a área com menor concentração de oxigênio a parte anódica e, portanto, a área que sofrerá corrosão.
Este tipo de corrosão é muito comumente encontrado em zonas de transição, por exemplo, quando o material fica parcialmente imerso na água.
6 - Corrosão Galvânica
Ocorre quando diferentes tipos de metalurgia são colocados em contato estabelecendo-se uma diferença de potencial entre eles.
A severidade da corrosão é proporcional a distância dos materiais na série galvânica, quanto maior o distanciamento, maior será a diferença de potencial e consequentemente maior a velocidade de corrosão.
Ocorre quando existe o desgaste mecânico da superfície do material causado pela abrasão superficial de outro material sólido.
O desgaste superficial retira partes da película de passivação do material e massa é perdida, este material provoca a formação de pilha ativa-passiva e o mecanismo continua até a total perda de material da área que sofre as perdas de massa.
Considerações finais
Como mencionei existem MUITOS outros mecanismos de corrosão e pode parecer difícil entender cada mecanismo deste, mas se você pretende se tornar um especialista em tratamento de água é extremamente importante conhecer estes mecanismos sabe por quê?
Porque através deles é possível muitas vezes elaborar soluções personalizadas para muito problemas de corrosão e acreditem, muitas vezes o problema não é o tratamento de água e sim erros de projetos, escolhas de materiais, velocidades erradas, temperaturas de projetos incompatíveis e outros muito mais.
E se você tem conhecimento sobre cada mecanismo e o que pode ocasioná-los a probabilidade de evitar um projeto errado ou corrigir um problema em curso aumenta muito.
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